Após decisão do STF, aliados avaliam que resta a Bolsonaro a função de cabo eleitoral em 2026
23/04/2025
(Foto: Reprodução) Entorno avalia que ex-presidente será condenado pela Primeira Turma do Supremo por tentativa de golpe. Apoiadores também não acreditam na viabilidade do projeto da anistia. Imprensa internacional destacou tensão política no Brasil e cenário eleitoral para 2026 depois que Bolsonaro virou réu, acusado de tentativa de golpe de Estado
REUTERS via BBC
Depois da decisão da Primeira Turma do STF que transformou em réus mais seis envolvidos no planejamento de um golpe no país, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro avaliam que ele não escapará de algum tipo de condenação e permanecerá inelegível.
Diante desse cenário, não resta outra saída que não seja a de manter apoiadores mobilizados. O objetivo da mobilização é viabilizar o ex-presidente como grande cabo eleitoral na eleição presidencial de 2026.
Apesar de insistirem na tentativa de votar o projeto da anistia, eles reconhecem que esse caminho tende a ser longo, e que dificilmente passará pela Câmara dos Deputados.
Primeira Turma do STF decide tornar réus integrantes do 'núcleo 2'
Se passar na Câmara, não deve prosperar no Senado. Se for à frente, será vetado por Lula. Se o veto cair, o STF vai julgar o projeto inconstitucional.
No STF, a condenação de Bolsonaro e seus ex-assessores é dada como certa. A única esperança é que o ex-presidente escape de algumas imputações entre todos os cinco crimes atribuídos a ele na denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O político do PL é réu por formação de organização criminosa, tentativa de golpe, atentado violento contra o Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Os aliados de Bolsonaro destacam ainda que os partidos do Centrão não têm interesse em derrubar a inelegibilidade do ex-presidente.
Eles preferem ter Bolsonaro como um grande cabo eleitoral em 2026 e devem disputar o seu apoio no próximo ano.
O risco é uma divisão no campo da direita, principalmente diante da grande possibilidade de o ex-presidente insistir em que alguém de sua família seja o candidato a presidente da República: Michelle Bolsonaro ou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).